sábado, 11 de fevereiro de 2012
Conversa provoca forte queda nos juros da dívida "Lusa"
Os juros da dívida pública portuguesa estão hoje em forte queda, contrariando a tendência que se verifica nas obrigações de outros países do euro, como Espanha e Itália. Um sinal que a garantia deixada ontem por Wolfgang Schaeuble a Vítor Gaspar no início do Eurogrupo, está a ter um impacto significativo no mercado secundário de dívida, com os investidores a incorporarem que a Alemanha apoiará Portugal numa flexibilização do programa de ajuda, caso tal venha a ser necessário. As quedas são sobretudo relevantes nos prazos mais curtos. A dois anos, a taxa de juro implícita recua 133 pontos base e está nos 13,75%. A “yield” das obrigações a cinco anos cai 126 pontos base para 15,49%. A taxa não era tão baixa desde 16 de Janeiro, ou seja, já anulou os ganhos que registou devido às notícias que indicavam que Portugal se seguia à Grécia na necessidade de um novo resgate. No prazo a dez anos, a rendibilidade exigida pelos investidores cede 82 pontos base para 12,5%, tendo estado acima dos 18% há semanas atrás. O ministro das Finanças alemão assegurou ao homólogo português que, depois de ultrapassadas as dificuldades com a Grécia, seria possível aliviar as condições do pacote de resgate a Portugal. Uma indicação que tem sido apontada por economistas como necessária para que Portugal não siga o caminho grego, para que não venha a necessitar de um segundo pacote de resgate. O Governo português, através de Vítor Gaspar, veio já dizer que não vai pedir nem mais tempo nem mais dinheiro. O Ministério das Finanças alemão também já reagiu à divulgação da conversa, reconhecendo que se for preciso a Alemanha apoiará Portugal. Numa notícia com o título “Alemanha sinaliza que apoia Portugal”, o Financial Times cita uma fonte oficial do ministério de Schaueble a dizer que “os países que estão a cumprir” o seu programa, “podem achar mais fácil obter o acordo dos seus pares” com vista a possíveis modificações que venham a ser necessárias. O comportamento dos juros de Portugal deve ser atribuído à garantia do ministro alemão, já que os juros de outros países e os mercados bolsistas estão hoje em queda a reflectir o impasse na aprovação da segunda ajuda à Grécia. A “yield” da dívida espanhola a 10 anos sobe 12 pontos base para 5,3% e os juros das obrigações italianas com a mesma maturidade avançam 11 pontos base para 5,59%.
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