domingo, 31 de outubro de 2010
Hoje é "Dia das Bruxas"
Apesar de não ser uma noticia da politica portuguesa, mas é algo que se festeja em Portugal. O Dia das Bruxas (Halloween é o nome original na língua inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre nos países anglo-saxônicos, com especial relevância nos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo como base e origem as celebrações dos antigos povos (não existe referências de onde surgiram essas celebrações).A origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase "Gostosuras ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão(samhain significa literalmente "fim do verão"). A origem pagã tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos. A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou mesclando a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davamo ao ano novo celta. A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar "Todos os Mártires". Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão) num templo cristão e o dedicou a "Todos os Santos", a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III(† 741) mudou a data para 1º de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e "All Hallow Een" até chegar à palavra atual "Halloween".
sábado, 30 de outubro de 2010
PSD e Governo entenderam-se sobre o OE 2011
Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga apresentaram ao País as conclusões finais do acordo alcançado entre o Governo e o PSD sobre o Orçamento de Estado. O que era para ser uma declaração conjunta acabou, no entanto, por ser feita separadamente, uma vez que uma vez que nem o Governo nem o PSD quiseram aparecer ao lado um do outro para dar a notícia do acordo alcançado. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, avisou que as exigências do PSD abriram um buraco de 500 milhões de euros no Orçamento. Na conferência de imprensa em que confirmou acordo com entre o Governo e os sociais-democratas, o ministro das Finanças garantiu que serão precisas novas medidas adicionais para pôr o défice nos 4.3%. Teixeira dos Santos recusou especificar que medidas serão essas mas não excluiu que serão pedidos novos sacrifícios aos portugueses. O ministro disse apenas que será um "mix do lado da receita e da despesa". O Governo vai apresentar o pacote nas negociações na especialidade no Parlamento e espera o acordo do PSD. A revelação não parece pôr em causa a viabilização do Orçamento na generalidade. Mas, em teoria, deixa em aberto a possibilidade do Orçamento ser chumbado na votação final. No final, Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga lamentaram não haver uma fotografia conjunta para assinalar o momento, embora Catroga tenha exibido, no início da sua intervenção, uma fotografia no seu telemóvel com o momento da assinatura do acordo que aconteceu ontem, em sua casa.
Olhão, Uma parte da Ria Formosa
Achados arqueológicos comprovam a presença humana na área do Concelho de Olhão desde o Neolítico. A ocupação romana deixou vestígios importantes em Marim, junto à Ria, onde existia uma importante estação no século IV, sendo a sua vasta necrópole também utilizada durante o domínio visigótico (secs. V a VIII). Em Marim os romanos construíram salinas e implementaram a indústria de pesca e salga de peixe, cujos produtos eram depois exportados para todo o Império (antigos tanques de salga de peixe estão actualmente expostos no Parque Natural da Ria Formosa). Aliás, Marim estará associada à origem de Olhão tanto por ter sido talvez o primeiro talvez ponto de fixação humana na região. Efectivamente, no reinado de D. Diniz, em 1282, iniciou-se a construção da Torre de Marim, cujos restos ainda existem na actual Quinta de Marim, para vigiar a Barra Velha (na época a única entrada do mar para a Ria Formosa na região entre a Fuseta e Faro) e proteger os habitantes dos ataques dos piratas mouros. Esta Quinta foi desde logo uma rica empresa agrícola, atendendo à fartura de água da sua nascente. Em data incerta (provavelmente século XVI e até 1840) instalou-se em Marim uma armação do atum que atraía algumas dezenas de pescadores de Faro, acompanhados pelas famílias, nos meses de Março, Abril e Maio. Certamente alguns destes pescadores, ao verificarem a abundância de peixe da Ria Formosa, decidiram permanecer nas humildes cabanas construídas de madeira, canas e palha, onde hoje se ergue a zona antiga da cidade. Embora exista um primeiro documento datado de 1378 que se refere a um "logo que chamam olham", não é seguro que tenha a ver com o local da actual cidade. O que é seguro é que em 1614 os registos da Paróquia de Quelfes já se referiam aos moradores da Praia de Olhão e, em 1719, já há referências ao Lugar de Olhão. A população foi crescendo e, em 1679, a sua importância justificava a construção da fortaleza de São Lourenço para defesa contra os ataques dos piratas. O primeiro edifício de pedra foi a Igreja da Nossa Senhora da Soledade, construída em data incerta, e o segundo edifício de pedra foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, começada em 1698. Só em 1715, porém, é autorizada a primeira habitação em alvenaria. Efectivamente, o poder político em Faro sempre recusou construções de alvenaria em Olhão até esta data. Curiosamente, o Marquês de Pombal, em inquérito efectuado no então Reino do Algarve perguntava pela identificação dos notáveis de cada localidade. Olhão não tinha quaisquer notáveis! Era uma pequena localidade sem aristocracia, apenas constituída por homens do mar, a quem recusavam autonomia administrativa e durante muitos anos, recusavam a construção de uma simples casa de alvenaria! No entanto, Olhão foi-se construindo de uma forma igualitária, livre, e frequentemente à revelia e em rebelião com o Poder político instituído, representado sobretudo pelas duas importantes cidades vizinhas - Faro e Tavira. Em 1765, D. José concede finalmente aos mareantes do Lugar de Olhão (então com 850 fogos) a autorização de se separarem da Confraria do Corpo Santo de Faro, constituindo eles mesmos uma confraria sua, que suportariam às suas custas - o Compromisso Marítimo. Foi durante o cerco de Gibraltar, de 1779 a 1783, e mais tarde o de Cadiz, que os marítimos deste Lugar de Olhão tiveram oportunidade de progredir economicamente, comercializando com grandes lucros os produtos da terra - peixes e derivados - quer com sitiantes quer com sitiados. Mas foram as invasões francesas que deram a oportunidade a Olhão de se afirmar politicamente. Provavelmente devido ao seu espírito igualitário, sem compromissos com quaisquer poderes instituídos, os olhanenses protagonizaram no século XIX a primeira sublevação bem sucedida contra a ocupação francesa (em 16 de Junho de 1808, actualmente o dia da Cidade), que se tornou um rastilho decisivo para a expulsão dos franceses do Algarve (ver revolta de Olhão). Este momento histórico foi determinante para a emancipação de Olhão, porque o rei D. João VI (1767-1826), então refugiado no Brasil, recebeu a boa nova da expulsão dos franceses através de um punhado de olhanenses que se meteram ao mar a bordo do caíque "Bom Sucesso", numa viagem heróica, apenas orientados pelas estrelas, as correntes marítimas e um mapa rudimentar! O rei, reconhecido pela iniciativa da sublevação e pelo heroísmo da viagem marítima, elevou através de alvará o pequeno e desconhecido Lugar de Olhão a vila, em 1808, com o epíteto de Vila de Olhão da Restauração. De 1826 a 1834 os olhanenses lutam encarniçadamente por D. Pedro contra D. Miguel, transformando-se a vila num dos mais fortes baluartes do Liberalismo no sul do País, resistindo a apertados cercos e violentos ataques dos Miguelistas. Em 1842 é criada na vila uma alfândega que, em cerca de 20 anos, se torna o mais importante posto aduaneiro do Algarve devido à pesca e outros produtos algarvios. Por esta razão em 1864 é criada uma Capitania do Porto e, em 1875, o Tribunal Judicial de Olhão. Na última metade do século XIX, a actividade comercial desenvolvida pelos marítimos olhanenses, cresceu imenso, estendendo-se até ao Mediterrâneo Oriental. São conhecidos nesta época contactos com o Mar Negro (em 1871, um caíque capitaneado por António da Silva Guerreiro, foi até Odessa, na Ucrânia, para comprar cereais) e outras paragens como Oram, Nemours, Philippoville, Sardenha. Os contactos com Marrocos e, talvez mesmo com a Grécia, levam muitos olhanenses a construir as suas habitações de modo semelhante, cúbicas e caiadas de branco, o que valeu a Olhão a alcunha de "vila cubista". Na primeira metade do século XX, a instalação da indústria de conservas de peixe, fez de Olhão uma vila rica e extremamente produtiva. A primeira fábrica de conservas surgiu em 1881, fundada pela empresa francesa Delory, e em 1919 já existiam cerca de 80 fábricas. Talvez expressão desse desenvolvimento foi o facto de o Sporting Clube Olhanense ter-se consagrado Campeão Nacional de Futebol em 1924. Infelizmente, na última metade do século XX, a decadência da indústria conserveira e da própria pesca empobreceu a vila que, no entanto, foi elevada a cidade em 1985. Actualmente, Olhão renasce com o mesmo espírito igualitário e de liberdade que a define. Continua a ter na pesca um dos esteios da sua economia, mas começa a lançar-se de forma decidida no turismo de qualidade, com a recente construção do porto de recreio.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
China quer comprar a dívida de Portugal
A eventual compra pela China de dívida portuguesa demonstra que a estratégia de alargamento dos investidores na dívida soberana de Portugal está a resultar e reforça a confiança da China na economia portuguesa, disse hoje o ministério das Finanças. O governo chinês disse hoje estar a ponderar a compra de dívida pública portuguesa, com a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros chinesa, Fu Ying, a afirmar ainda que Pequim quer apoiar os países europeus a sair da crise. Fonte oficial do ministério das Finanças português afirmou hoje à agência Lusa que a diversificação da base de investidores em dívida pública "tem sido um elemento central da estratégia do Governo" e que "a confirmar-se, por isso, o interesse de instituições chinesas relativamente à nossa dívida, constata-se que a estratégia do Governo está a ser bem sucedida".
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Cavaco Silva recandidata-se a Belém
“Uma decisão como esta nunca é fácil de tomar. Quis que a minha mulher a partilhasse comigo. Havia razões pessoais a ter em conta, mas também um sentido de responsabilidade”, sustentou Cavaco Silva. “Perante a situação difícil em que Portugal se encontra, perante a angústia e incertezas dos portugueses, concluí que tinha o dever de recandidatar-me. Com a minha experiência e conhecimento penso que ajudarei o país a encontrar um rumo”, acrescentou. Cavaco Silva fez questão de sublinhar que esta será “uma campanha sóbria e contida nas despesas”. “Dei indicação para que a despesa total não ultrapasse metade do que é permitido pela lei em vigor”, adiantou, merecendo efusivos aplausos. “Não colocarei nenhum cartaz exterior”, disse ainda o presidente recandidato, consciente de que a decisão pode ser prejudicial face aos outros candidatos. “Mas quando tantos sacrifícios são pedidos, os políticos devem dar o exemplo”, considerou. Para o final ficaram agradecimentos à sua equipa, nomeadamente o mandatário nacional João Lobo Antunes, que repete as mesmas funções, e o director de campanha Luís Palha (substituto de Alexandre Relvas) e a mandatária para a juventude, Joana Carneiro, ficando a maestrina no lugar ocupado há cinco anos pela fadista Kátia Guerreiro.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
União entre Portugal e Venezuela
Chegou, inesperadamente, ao volante de uma carrinha Mercedes cinzenta de oito lugares aos estaleiros navais de Viana do Castelo, e decidiu assinalar a sua chegada com uma grande buzinadela e um enorme sorriso. Vestido de informalmente, o Presidente da Venezuela deu um fraterno abraço no primeiro-ministro português, cumprimentou o ministro das Obras Públicas, António Mendonça (o que substitui Mário Lino, lembrou José Sócrates), e foi conversar com os trabalhadores dos estaleiros que o aguardavam. E logo ali mostrou-se "muito interessado" na compra do navio Atlântida, encomendado aos estaleiros pelo governo regional dos Açores, mas que viria a ser rejeitado. "Ferry? Disseram-me que é um barco bom, bonito e barato. Se é assim, estamos muito interessados", atirou Chávez, à chegada aos estaleiros, arrancando uma sonora gargalhada. Estava dado o mote para a visita do Presidente venezuelano ao lado do "seu amigo" José Sócrates, a Viana do Castelo, que se saldou pela assinatura de vários contratos entre empresas portuguesas e as autoridades de Caracas, nomeadamente com a empresa JP Sá Couto para a entrega de um milhão de computadores Magalhães e outro com o Grupo Lena com vista à construção de 12.500 habitações sociais e três fábricas. Na área da construção naval, foi assinada a aquisição de dois navios asfalteiros pelo Governo de Caracas, no valor de 130 milhões de euros, que serão construídos em Viana.Acompanhado por uma embaixada de ministros, o Presidente da Venezuela voltou a declarar a sua admiração pelo "maravilhoso" computador Magalhães, ao qual diz fazer publicidade em todo o mundo, tendo revelado que presenteou a primeira-dama da Síria com um no início do ano lectivo. Depois garantiu que dentro de pouco tempo os alunos do primeiro grau do ensino do seu país vão passar a dispor de um computador. "Não é um "regalo"!", disse. "Trata-se de algo que faz parte do seu equipamento", afirmou, considerando que a distribuição de computadores em idade escolar "insere-se num dos princípios mais nobres da revolução socialista bolivariana: a educação, a revolução do pensamento crítico e criado". Agradecendo ao primeiro-ministro por ter potenciado a abertura de relações comerciais entre os dois países, Hugo Chávez elogiou, depois, o "grande contributo de Portugal para o desenvolvimento do mundo" em termos de energias renováveis, considerando mesmo "impressionante" que elas produzam 60 por cento da electricidade nacional. "Este tipo de energia é o futuro. Algum dia há-de acabar o petróleo neste planeta - esperemos que em 3500 -, mas algum dia há-de acabar. Temos de começar a preparar-nos para a era pós-petrolífera", declarou no decorrer de uma visita à fábrica de torres eólicas da Enercom, em Viana. Já Sócrates destacou a importância da visita de Chávez, que constitui "um contributo para e economia e emprego".
domingo, 24 de outubro de 2010
Hugo Chávez em Portugal
O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, visita hoje Portugal e assinará em Viana do Castelo acordos nas áreas da construção naval e para o fornecimento de 1,5 milhões de computadores Magalhães. Numa cerimónia em que Hugo Chavez estará acompanhado por nove ministros do seu executivo, Portugal recuperará também um anterior compromisso para que o Grupo Lena construa na Venezuela 2500 vivendas pré-fabricadas, um negócio calculado em 682 milhões de euros, e um acordo na área das energias renováveis. Na área da construção naval, sector que atravessa uma conjuntura delicada a nível internacional, a Venezuela assinará um conjunto de acordos com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), sendo um dos mais emblemáticos o da adaptação do ferry Atlântida para o transporte de passageiros e viaturas - uma encomenda avaliada em 35 milhões de euros. Ainda na área da construção naval, os ENVC vão receber da Venezuela a encomenda para a construção de dois navios de transporte de asfalto, no valor de 130 milhões de euros. «Serão encomendas importantes para assegurar o futuro dos Estaleiros de Viana do Castelo», segundo fonte diplomática. Após a assinatura de acordos em Viana do Castelo - em que José Sócrates estará acompanhado pelo ministro das Obras Públicas, António Mendonça, e pelos secretários de Estado Paulo Campos e Fernando Serrasqueiro -, o chefe de Estado da Venezuela desloca-se ao início da tarde à fábrica dos computadores Magalhães da empresa JP Sá Couto, em Matosinhos. Neste domínio, estão em execução dois contratos para o fornecimento de 850 mil computadores à Venezuela. Durante a visita de Hugo Chávez a Portugal, deverá ser assinado um terceiro contrato para o fornecimento de mais 1,5 milhões de computadores nos próximos três anos
sábado, 23 de outubro de 2010
CDS/PP vai votar contra no OE2011
Paulo Portas, numa conferência de imprensa de cerca de 20 minutos, deixou claro que o CDS-PP vai votar contra o Orçamento do Estado, que considera “desastroso na questão da dívida pública”. O líder dos populares acredita que o Orçamento do Estado vai ser viabilizado na Assembleia da República por PS e PSD: “Sempre me pareceu óbvio que PS e PSD vão viabilizar o Orçamento”. [Os dois partidos] “Acordaram o PEC 1 e a seguir o PEC2”. O líder dos centristas garantiu, por outro lado, que o “CDS-PP nunca foi contactado pelo Governo” sobre o documento, que, no seu entender, “agrava o nível dívida pública portuguesa”. Paulo Portas, na análise “detalhada” que disse ter realizado do Orçamento do Estado, concluiu que o documento agrava endividamento público e que se fosse primeiro-ministro atacaria de frente o problema. Quanto às grandes obras públicas, afirmou Portas que suspendia o TGV e não faria novas parecerias público-privadas. Em relação ao Crescimento económico, “se fosse primeiro-ministro”, Portas “propunha um Orçamento que atendesse às necessidades das finanças públicas, mas que não sacrificasse o crescimento económico”. “Sócrates apresenta-nos um Orçamento que é a factura dolorosa das ilusões e das mentiras que perduram há anos. Um Orçamento que abdicou de ter qualquer política económica. Um Orçamento que pode conduzir Portugal à situação de ser o único país da UE que volta a uma recessão depois de ter saído de outra”, afirmou Paulo Portas. O político exigiria mais poupança ao Estado e afirma que as medidas incluídas no Orçamento são "radicalmente injustas para quem é mais pobre". Por isso, o líder do CDS-PP considera "compreensível a indignação e o sentimento de revolta que percorre a sociedade portuguesa". Paulo Portas deixa ainda duras críticas ao papel que o Executivo tem desempenhado em relação ao BPN, que “à conta dos crimes que lá foram cometidos e da sonolência da supervisão”, recebeu uma grande verba do Estado. "A Caixa Geral de Depósitos está transformada no carro-vassoura que o Governo utiliza para ir tapando os buracos do BPN", acrescentou.
Caldas da Rainha, A cidade termal
Acredita-se que, em 1484, durante uma viagem de Óbidos à Batalha, a rainha D. Leonor, esposa de João II de Portugal, e a sua corte, tenham passado por um local onde várias pessoas do povo se banhavam em águas de odor intenso. Fazendo alto, a rainha indagou-lhes por que razão o faziam, uma vez que, naquele tempo, o banho não era comum, muito menos em águas de odor tão acentuado, sendo-lhe respondido que eram doentes, e que aquelas águas possuíam poderes curativos. A rainha quis comprovar a veracidade da informação e banhou-se também naquelas águas, de vez que também ela era doente (não existe unanimidade entre os autores com relação à natureza do mal: alguns autores afirmam que a rainha padecia de uma úlcera no peito, outros, problemas de pele, e outros ainda, que tinha apenas uma ferida no braço). De qualquer modo, de acordo com a lenda, a soberana curou-se e, no ano seguinte, determinou erguer naquele lugar um hospital termal para atender todos aqueles que nele se quisessem tratar. Para apoiá-lo, a rainha fundou uma pequena povoação com 30 moradores, dando-lhes benefícios como não terem de pagar os seguintes impostos: jugada (antigo tributo que recaía em terras lavradias), oitavos, siza e portagem, privilégios que também se estendiam aos mercadores que viessem de fora para comprar ou vender. O desenvolvimento das Caldas da Rainha iniciou-se com Afonso V de Portugal, que fez reconstruir e ampliar o hospital. Durante treze anos, até ao fim da sua vida, ele, a família real e a corte usufruíram anualmente das águas termais, o que permitiu à vila desenvolver-se. Caldas da Rainha atingiu o estatuto de vila em 1511. Apesar do desenvolvimento e prosperidade que conheceu na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, o Concelho das Caldas da Rainha foi criado apenas em 1821. Foi durante o século XIX que a vila conheceu o seu maior esplendor, com a moda das estâncias termais, passando a ser frequentada pelas classes mais abastadas que aqui buscavam as águas sulfurosas para tratamentos. Complementarmente, a abundância de argila na região, permitiu que se desenvolvessem numerosas fábricas de cerâmica, que converteram a então vila num dos principais centros produtores do país, com destaque para as criações de Rafael Bordalo Pinheiro iniciadas na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, entre 1884 e 1907. O crescimento demográfico vivido no século XIX prosseguiu no século XX, com a elevação da vila à categoria de cidade em 1927. Ao longo do tempo, outras artes além da cerâmica aqui prosperaram, como a pintura e a escultura, fazendo das Caldas da Rainha um centro de artes plásticas, onde se destacaram nomes como os de José Malhoa, António Duarte e João Fragoso.
«Tenho esperança que o OE seja aprovado» diz Cavaco Silva
O presidente da República diz ter revelado «aos partidos toda a informação sobre as consequências de uma crise» e por isso diz ter «esperança que o orçamento seja aprovado». «Não sei se há alguém em Portugal que goste deste orçamento. O orçamento de Estado (OE) que o país vai ter, assim o espero, é determinado, em boa parte, pelas restrições externas que o país enfrenta. E não vale a pena virmos insultar os banqueiros internacionais, o FMI [Fundo Monetário Internacional], que não nos ligam nada. Porque somos nós que precisamos de pedir emprestado a eles, e são eles que decidem», afirmou o chefe de Estado, em entrevista ao Expresso. «Tenho esperança que o orçamento seja aprovado. Eu sou homem de esperança. Só posso ter esperança que os partidos percorram um caminho de aproximação para que tenhamos um orçamento», declarou. Considerando «normal» o cenário de negociação que agora se inicia entre Governo e PSD, o presidente sublinha que «também se espera da oposição uma cultura de responsabilidade». «Eu disse-lhes que seria extremamente grave para o país enfrentar uma crise política neste momento, na medida em que essa crise não pode ter solução antes de uma deterioração muito acentuada da situação económica e social, dado que o presidente da República não pode convocar eleições antes de 9 de Março», sublinhou. Para o chefe de Estado, «é uma ilusão pensar que o gravíssimo problema que temos no desemprego e no endividamento externo possam ser resolvidos sem uma reorientação da produção nacional para os bens que concorrem com a produção estrangeira». «É preciso fazer opções, por forma a que o orçamento aprovado seja aquele que permite os melhores resultados possíveis em termos de crescimento da economia e criação de emprego», defendeu.
Portugal "rendido" ao estrangeiro - diz Jardim
O presidente do Governo Regional da Madeira considerou, esta sexta-feira, que Portugal está «numa posição de rendição completa às imposições exteriores» e acusou o governo de não ter «capacidade negocial». «Portugal está numa posição de rendição completa às imposições exteriores e tem um Governo, que a propaganda tenta manter a todo o custo, que não tem qualquer capacidade negocial com os grandes poderes estrangeiros», disse Alberto João Jardim, na inauguração de um novo empreendimento privado, no Funchal. Jardim criticou, ainda, as medidas orçamentais impostas, que beneficiam a Alemanha, e defendeu a necessidade de «uma certa inflação, injectar mais moeda em vez de ficar agarrado ao défice e perceber que um projecto político como a União Europeia tem de ter fronteiras». O líder madeirense censurou a abertura da UE face aos têxteis do Paquistão, considerando que «vai dar cabo dos têxteis portugueses e de outros países». Sobre a actual situação portuguesa, Jardim disse que «Portugal não tinha estruturas políticas capazes de evitar este colapso» e acrescentou não estar disposto a «colaborar com os erros dos outros». «Se o continente quis ir por este caminho, não pode vir agora pedir que paguemos as asneiras dos outros», sustentou.
Fernando Nobre "assustado" com alunos
O candidato à Presidência da República, Fernando Nobre, visitou, esta sexta-feira, a Escola Superior de Gestão de Leiria (ESGL) e insurgiu-se quando alguns alunos do estabelecimento defenderam que «Salazar faz falta à economia» do país. Apesar de nenhum aluno ter comparecido ao debate marcado para o auditório da ESGL, Fernando Nobre não desistiu do debate de ideias com os estudantes e dirigiu-se à cantina do estabelecimento, onde pediu a opinião de alguns jovens sobre o estado do país. Segundo relata a edição online do Público, Nobre foi surpreendido pela resposta de um aluno, que disse ouvir em casa os pais lamentarem «a falta que o dr. Oliveira Salazar faz às finanças e economia» de Portugal. «Não nos orgulhamos dessa fase do país, mas que Salazar faz falta à economia e finanças, faz», acrescentou outra aluna. Opiniões contrariadas pelo candidato à PR. «Antes do 25 de Abril uma reunião como esta que estamos a ter aqui não seria possível», sublinhou. «Isso do Salazar é assustador! Será que não podemos evolui sem voltar a esse tempo?», questionou.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Manuela Ferreira Leite merece estátua - diz Rangel
O eurodeputado Paulo Rangel critica o facto de o Governo apenas agora ter reconhecido a gravidade da situação económica do país e diz que Manuela Ferreira Leite merecia uma estátua. «Os portugueses deviam fazer uma estátua a Manuela Ferreira Leite porque a antiga líder do PSD anda a fazer isto desde 2009. O PS mentiu durante toda a campanha enquanto ela colocou os interesses patrióticos acima dos interesses eleitorais. Sócrates ganhou porque colocou os seus interesses pessoais acima dos interesses de todos os portugueses», afirma o eurodeputado em entrevista ao Jornal de Notícias. Paulo Rangel considera que «Sócrates já não tem margem de manobra para as suas fartas» e admite que «este governo não seja de legislatura e acabe por cair». «Se José Sócrates puder saltar, vai fazê-lo, mas o PSD deve obrigá-lo a assumir todas as suas responsabilidades».
Discussão do Orçamento foi adiado
A votação do Orçamento do Estado foi adiada para os dias 2 e 3 de Novembro, decidiu hoje a Conferência de Líderes parlamentares por sugestão do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. Uma decisão que dá mais tempo às negociações entre os partidos e que vem pôr termo a uma polémica entre PSD e Governo, depois de os sociais-democratas terem defendido que José Sócrates não estaria presente nos dias previamente acordados para o debate e votação - 28 e 29 de Outubro -, já que teria de se ausentar para participar numa Cimeira Europeia. Recorde-se que na segunda-feira o gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares assegurava a participação do Primeiro-Ministro na sessão, estando «presente na abertura do debate e na votação do Orçamento», isto é: na abertura e no final dos trabalhos. Há dois dias, o gabinete de Jorge Lacão informava ainda não ser esta a primeira coincidência entre a votação de um Orçamento do Estado e a realização de uma Cimeira Europeia. Tal aconteceu «precisamente no Orçamento de 2010, em Fevereiro último», podia ler-se no comunicado emitido, que afirmava ainda que na altura «a conciliação foi perfeitamente assegurada, e o mesmo acontecerá desta vez».
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Jardim apoiará recandidatura de Cavaco Silva
Alberto João Jardim manifesta apoio indiscutível à recandidatura de Cavaco Silva para Presidente da República. Instado pelos jornalistas à margem da cerimónia dos 99 anos do Externato Lisbonense, esta manhã no Funchal, o presidente do PSD-Madeira disse que a partir do momento em que Cavaco Silva anunciar a sua recandidatura ao Palácio de Belém, o partido na Madeira vai apoiá-lo. “Obviamente que sim, isso é indiscutível”, respondeu. O pré-anúncio foi feito ontem pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa, na TVI, apontando para 26 de Outubro a data em que Cavaco Silva comunicará ao país a sua intenção de renovar a candidatura para mais um mandato. Alberto João Jardim declarou que está pronto a mobilizar o partido para um apoio incondicional. "Isto aqui não é preciso mobilizar as pessoas. O partido, que vai apoiar o professor Cavaco, é que tem que estar mobilizado para esclarecer as pessoas, e penso que estão esclarecidas, sobre a vantagem para o país do professor ser reeleito”. Já ultrapassado o período em que foi crítico das decisões presidenciais do "senhor Silva", Jardim traça agora um balanço "bastante positivo" do primeiro mandato de Cavaco. "Tenho a impressão que é a única pessoa com juízo no meio disto tudo”.
Cavaco deverá apresentar recandidatura dia 26 de Outubro
O comentador e conselheiro de Estado adiantou esta noite, na TVI, que o Presidente da Republica fará o anúncio no próximo dia 26 de Outubro, pelas 20 horas, no Centro Cultural de Belém (CCB), na semana em que é discutida a proposta do Orçamento para 2011 no Parlamento. "Se como eu penso que está por detrás desta decisão, Cavaco está convencido que nessa altura a questão do Orçamento já não é uma questão verdadeiramente que obriga à intervenção, em última instância, do Presidente, tem lógica aquilo que é uma ligeira antecipação", comentou Marcelo no seu espaço semanal no 'Jornal Nacional'. Fonte de Belém, contactada pela Lusa, disse que esta é uma "matéria sobre a qual a Presidência da República não se pronuncia". A confirmar-se, Cavaco Silva juntar-se-á Manuel Alegre (PS e Bloco de Esquerda), Defensor Moura (independente), Fernando Nobre (independente) e Francisco Lopes (PCP) na corrida a Belém. As eleições presidenciais estão marcadas para o dia 23 de Janeiro do próximo ano.
O Orçamento "protector"
O primeiro-ministro reiterou, esta segunda-feira, que a proposta de Orçamento do Estado para 2011 protege o «o modelo social» em que o país quer viver. «Este orçamento é o orçamento que protege o país da crise internacional, protege a nossa economia, protege o emprego», disse José Sócrates aos jornalistas, à margem da inauguração da nova base da companhia aérea Easyjet, no aeroporto de Lisboa. Acrescentou que a proposta do Governo «é absolutamente indispensável» para que Portugal «possa enfrentar as suas dificuldades». «Julgo que todos aqueles que têm conhecimento de como está o mundo, como estão as incertezas dos mercados mundiais, como estão as incertezas económicas em todos os países desenvolvidos, sabem perfeitamente que o país tem necessidade deste orçamento», sublinhou.
domingo, 17 de outubro de 2010
PCP vai votar contra no OE 2011
O secretário geral do PCP anunciou hoje que os comunistas votarão contra o Orçamento do Estado para 2011, argumentando que será responsável por “mais e insuportáveis sacrifícios” para os trabalhadores, mantendo “intocáveis” os privilégios dos grupos económicos. “A par de mais e insuportáveis sacrifícios impostos aos trabalhadores, PS e PSD preparam-se para manter intocáveis os privilégios e as condições de acumulação do lucro pelos principais grupos económicos e financeiros”, afirmou o líder comunista, Jerónimo de Sousa. O secretário geral do PCP falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, onde está reunido o comité central comunista.
sábado, 16 de outubro de 2010
Presidente do Chile em Lisboa
Em Lisboa, o presidente do Chile garantiu que vai promover uma profunda reforma nas leis de segurança no trabalho do país para evitar acidentes em minas. "Desenhámos uma profunda reforma na nossa legislação laboral para melhor garantir a vida, a integridade, a segurança, a saúde e a dignidade de nossos trabalhadores", afirmou. Piñera mandou um recado a trabalhadores e empresários chilenos para que, unidos, contribuam para a aproximação das leis de segurança no trabalho aos níveis dos países da OCDE. O presidente chileno disse que recebeu "sem complexos" a ajuda dos outros países no resgate dos mineiros da mina de San José e a ajuda dos países envolvidos nas operações, como Estados Unidos, Canadá e Austrália. Piñera considera que o seu país ficou "mais unido, mais forte", sendo "mais respeitado, mais valorizado" após passar pelo processo de resgate dos trabalhadores e acredita que algo semelhante poderá acontecer em Portugal. "Conhecendo o carácter e o espírito dos portugueses, de empreendimento, de descobrimento, estou seguro de que saberão navegar igual ou melhor do que os navegadores nestes tempos de dificuldades", referiu. Trinta e três mineiros ficaram presos a 700 metros de profundidade durante 69 dias. Foram todos resgatados entre quarta e quinta-feira, numa operação de salvamento que durou 22 horas, mas com início poucos dias após o desmoronamento do muro de sustentação da mina, a 5 de Agosto. Apenas dois mineiros continuam internados. O primeiro fim-de-semana dos mineiros após o regresso à superfície é passado com as famílias, ainda sob grande atenção mediática, com a realização de um churrasco e uma festa.
Tráfico de influências no PS
O Ministério Público deve abrir um inquérito à alegada oferta de um cargo numa empresa pública a Victor Baptista, pelo chefe de gabinete de José Sócrates. Esta é a posição do PSD sobre o alegado crime de «tráfico de influências» no seio do PS. Victor Baptista acusou André Figueiredo de o ter tentado afastar da corrida à presidência da Federação de Coimbra com um cargo «de gestor público no Metro, na CP ou na REFER, com um vencimento de 15 mil euros mensais». Fernando Negrão aponta para um possível «crime de tráfico de influências». Assim, o social-democrata diz que é importante que o Ministério Público abra um inquérito e faça a respectiva queixa-crime», cita a TSF. André Figueiredo já repudiou a acusação.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Barcelos, A cidade do "Galo"
Barcelos, o concelho com mais freguesias no país (89), terra ligada à famosa lenda do Galo de Barcelos está localizado em pleno coração do Minho, com o Cávado como travessia, Barcelos sempre assumiu uma posição estratégica na comunicação entre o litoral e interior, Portugal e Castela. Uma situação desde sempre privilegiada, e que lhe valeu o protagonismo na definição da fronteira terrestre entre os dois reinos. Aliás, graças ao empenho e à diplomacia de D. João Afonso nas negociações do tratado de Alcanises, D. Dinis constituiu-o "conde donatário vitalício da vila de Barcelos". Decorria o ano de 1298, e aquela era a primeira vez que, em Portugal, se atribuía o título de conde com carácter vitalício e funções públicas. Nascia então em Barcelos o primeiro condado português, depois de se ter tornado vila régia pelas mãos de D. Afonso Henriques e do seu primeiro foral. Em 1442, D. Afonso - o 8.º conde de Barcelos - viu D. Pedro acrescentar-lhe ao título de Conde de Barcelos, o de primeiro Duque de Bragança, aumentando assim os privilégios da vila barcelense.
Galo de Barcelos
Galo de Barcelos
Fim do Sofrimento no Chile
Foi resgatado o último dos 33 mineiros que estiveram mais de dois meses presos a quase 700 metros de profundidade, na mina de San José, no norte do Chile. Eram 1h56 da manhã, em Portugal Continental, quando Luís Urzúa Iribarre, de 54 anos, chegou à superfície, são e salvo, terminando o turno mais longo dos seus 31 anos de mineiro. “Lucho”, como é conhecido, era o chefe de turno quando a derrocada aconteceu, a 5 de Agosto, e comandou o grupo de 33 homens durante os 69 dias mais difíceis das suas vidas. Foi o último mineiro a deixar o poço e à sua espera estava o Presidente do Chile, Sebastien Pinera, que elogiou a sua capacidade de liderança. Os trabalhadores foram trazidos de volta à superfície pela cápsula Fénix II, uma espécie de torpedo equipado com máscara de oxigénio, um microfone, uma câmara e, ainda, um cinto biométrico, que vai enviando informações sobre o estado de saúde dos homens. A última fase da missão de salvamento demorou exactamente 22h36m25, mas ainda falta retirar os seis socorristas que desceram até às entranhas da Terra para preparar os mineiros para a operação de resgate. A derrocada na mina de San José aconteceu a 5 de Agosto e só 17 dias depois é que o mundo soube que os 33 mineiros estavam vivos, quando uma sonda alcançou o poço onde procuraram abrigo. Os trabalhadores enviaram uma mensagem para a superfície: “Estamos bem. No refúgio. Os 33” e foi lançada uma das maiores operações de salvamento da história, que acabou hoje com o resgate de todos os mineiros.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Portugal no Conselho de Segurança das Nações Unidas
Portugal foi eleito esta terça-feira membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o biénio 2011-12. Portugal e Canadá não obtiveram o número de votos suficientes para ser eleitos, na segunda ronda da votação. Em 192 votantes, Portugal teve 113 votos e o Canadá 78. No entanto, após a segunda volta da votação o Canadá retirou a sua candidatura, abrindo o caminho para Portugal, que acabou por obter a maioria de dois terços dos votos necessários para formalizar a entrada no conselho de Segurança como membro não-permanente. A Alemanha foi eleita à primeira volta para um dos dois lugares em disputa no agrupamento da Europa Ocidental e Outros.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Desejo do PS e do PSD em crise politica - diz PCP
O secretário-geral do Partido Comunista diz que o PS e o PSD parecem desejar uma crise política. Jerónimo de Sousa acusa os sociais-democratas de fugirem à responsabilidade de políticas que também são suas, uma vez que Pedro Passo Coelho deu o aval a um dos três pacotes de austeridade já aprovados. “Um, o PSD, numa despudorada manobra de alijamento de responsabilidades, a não querer assumir as medidas que também são suas. O outro, [PS] a procurar uma nova vitimização com a aprovação ou não do Orçamento do Estado. E ambos a tentarem iludir o que toda a gente vê, que no essencial estão de acordo”, acusa Jerónimo de Sousa. O secretário-geral diz que os comunistas se vão bater contra o desperdício do Estado e exigir um sério contributo fiscal à banca e às grandes fortunas, nomeadamente pela tributação das transacções em bolsa e transferências para as “offshores”. Jerónimo de Sousa garante que não vai baixar os braços para impedir a redução de salários ou o incumprimento do acordo para o salário mínimo de 500 euros, em 2011. “Tal como não deve ser o Orçamento um trampolim para cavalgar na onda de rebaixamento dos salários, que a CIP, o grande patronato, já insinua e Teixeira dos Santos incentiva”. Os comunistas rejeitam que seja o povo a pagar a factura de uma crise que não criou. Acusam os promotores da política, que chamam de direita, de não verem os estado do país real. O Governo tem até dia 15 deste mês para entregar na Assembleia da República a sua proposta de Orçamento do Estado. A proposta tem discussão marcada no Parlamento no final do mês. A votação na generalidade será feita no dia 29.
sábado, 9 de outubro de 2010
Orçamento de Estado do "Queijo Limiano"
"Devemos deixar percorrer este tempo de debate porque todas as forças políticas vão querer dar o seu contributo para que o Orçamento seja melhor, do seu ponto de vista, do que aquele que o Governo irá apresentar", disse Cavaco Silva, defendendo que, "desse debate, espera-se que resulte uma melhoria do conteúdo do Orçamento e, com certeza, uma melhoria nas medidas apresentadas". Recusando comentar as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, uma vez que, explicou, "o princípio fundamental da actuação do Presidente da República é a isenção e a imparcialidade em relação às forças partidárias", Cavaco insistiu na necessidade de se esperar pelo debate parlamentar. "Lembro um caso, em que o meu antecessor também já não podia dissolver a Assembleia da República, e em que só nos primeiros dias de Novembro o Governo chegou a um entendimento com um deputado para que o Orçamento fosse aprovado", disse o Presidente, referindo-se àquele que ficou conhecido como o "Orçamento do Queijo Limiano", viabilizado pelo então deputado do CDS-PP Daniel Campelo.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Óbidos, A vila-castelo
Ao contrário do que se possa pensar, o nome Óbidos não deriva da parónima óbitos, mas sim do termo latino oppidum, significando «cidadela», «cidade fortificada». Nas suas proximidades ergue-se a povoação romana de Eburobrittium. Terá sido tomada aos Mouros em 1148, e recebido a primeira carta de foral em 1195, sob o reinado de D. Sancho I. Óbidos fez parte do dote de inúmeras rainhas de Portugal, designadamente Urraca de Castela (esposa de D. Afonso II), Rainha Santa Isabel (esposa de D. Dinis), Filipa de Lencastre (esposa de D. João I), Leonor de Aragão (esposa de D. Duarte), Leonor de Portugal (esposa de D. João II), entre outras. Em 1527, viviam 161 habitantes na vila, o que corresponderia a cerca de 1/10 da população do município. A área amuralhada era já nessa época idêntica à actual, ou seja, 14,5 ha. Foi de Óbidos que nasceu o concelho das Caldas da Rainha, anteriormente chamado de Caldas de Óbidos (a mudança do determinativo ficou a dever-se às temporadas que aí passou a rainha D. Leonor). A 16 de Fevereiro de 2007, o castelo da cidade recebeu o diploma de candidata como uma das sete maravilhas de Portugal.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Inauguração da Fundação Champalimaud
O presidente da República esteve presente, esta terça-feira, na inauguração do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud, que considerou um «marco importante» para o desenvolvimento da ciência portuguesa. «A entrada em funcionamento deste Centro de Investigação será um marco importante para o desenvolvimento do nosso sistema científico. Muito além disso, será uma enorme fonte de esperança para milhões de pessoas em todo o mundo», afirmou Cavaco Silva. Classificando a infraestrutura como uma «realização absolutamente notável», o chefe de Estado defendeu que o novo centro deve ser um motivo de orgulho para todos os cidadãos. «As doenças malignas e as doenças do sistema nervoso são dois dos grandes flagelos da Humanidade. Portugal, conta a partir de hoje, com um centro que, em conjugação com outros que já possuímos, nos pode situar na vanguarda mundial da investigação biomédica», declarou, sublinhando que o novo Centro de Investigação «será, indubitavelmente, um pólo de captação de talentos vindos de todo o mundo», bem como «um pólo de fixação de investigadores portugueses». «Todas as tarefas que o centro se propõe desempenhar serão, seguramente, cumpridas. Olhando o edifício, mais se reforça a convicção de que está será uma casa de grandes feitos. A imponência da sua arquitectura reflecte bem a força de vontade do seu mentor, António Champalimaud, e o enorme empenho, merecedor da admiração de todos nós, da grande responsável por esta obra, a Dra. Leonor Beleza», destacou.
Cerimónia da Comemoração dos 100 anos da República em Lisboa
Foram algumas centenas de pessoas que hoje quiseram estar esta manhã na Praça do Município em Lisboa onde há cem anos foi proclamada a República. Do ideário republicano faziem parte dois objectivos centrais: a educação e a cultura para todos e a descentralização. Da descentralização falou o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que a considera como um dos grandes designios da edilidade. Quanto à educação que teve honras da presença da ministra da tutela, foi referenciada tanto por António Costa como pelo primeiro ministro que lembraram as cem escolas que entraram em funções, umas novas outras nem por isso. A cultura ficou-se pelas vontades de quem por ela pugna contra moinhos de vento e dragões lança chamas. A cerimónia muito protocolar e formal foi objecto de uma pequena contestação, aquando do discurso de António Costa, por parte de um grupo não identificado. Talvez alguns descontentes com a situação que tiveram a coragem de a gritar alto e bom som! Ouvimos o Hino Nacional pela voz de um dos melhores sopranos portugueses, Elisabete Matos acompanhada pelo coro das jovens Vozes de Lisboa que a terminar a sua actuação cantou a Maria da Fonte. As celebrações continuam pelo país e nalguns locais pelo mês de Outubro e entrando mesmo por Novembro.
5 de Outubro - O dia da mudança de Regime
A Implantação da República Portuguesa foi o resultado de um golpe de estado organizado pelo Partido Republicano Português que, no dia 5 de outubro de 1910, destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal. A subjugação do país aos interesses coloniais britânicos, os gastos da família real, o poder da igreja, a instabilidade política e social, o sistema de alternância de dois partidos no poder (os progressistas e os regeneradores), a ditadura de João Franco, a aparente incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e se adaptar à modernidade — tudo contribuiu para um inexorável processo de erosão da monarquia portuguesa do qual os defensores da república, particularmente o Partido Republicano, souberam tirar o melhor proveito. Por contraponto, o partido republicano apresentava-se como o único que tinha um programa capaz de devolver ao país o prestígio perdido e colocar Portugal na senda do progresso. Após a relutância do exército em combater os cerca de dois mil soldados e marinheiros revoltosos entre 3 e 4 de outubro de 1910, a República foi proclamada às 9 horas da manhã do dia seguinte da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa. Após a revolução, um governo provisório chefiado por Teófilo Braga dirigiu os destinos do país até à aprovação da Constituição de 1911 que deu início à Primeira República. Entre outras mudanças, com a implantação da república, foram substituídos os símbolos nacionais: o hino nacional e a bandeira. Assim, desejo a todos um excelente feriado.
José Relvas a proclamar a República
Bandeira Repúblicana de Portugal
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
A República a 4 de Outubro de 1910 em Loures
Foi à 100 anos que, para algumas zonas de Portugal, foi implantada a República. O exemplo de uma dessas cidade é Loures. Cidade a arredores de Lisboa, foi a fonte de inspiração para os repúblicanos. Portugal vivia um clima de tensão elevado, já estavam descontentes com a Monarquia Portuguesa. Tinha já havido várias tentativas de implantação, mas sem sucesso. Até que a 1 de Fevereiro de 1908, o Rei D. Carlos e o seu Príncipe Herdeiro, D. Luís Filipe foram assassinado em plena Praça do Comércio (actualmente o Terreiro do Paço), em que alguns monárquicos acusam que o escritor Aquilino Ribeiro foi um dos assassinos. Após o Regicidio, sucedeu á Coroa Portuguesa, D. Manuel II. Até que a 5 de Outubro de 1910, dois anos depois do Regicidio, José Relvas anuncia um futuro novo para Portugal.
Nos dias que hoje se vivem, posso perguntar, será que se Portugal ainda fosse uma Monarquia estavamos melhores ou piores? Esta pergunta deixo-a no ar...
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Setúbal, Uma cidade de pessoas ilustres
Desconhece-se a origem do topónimo 'Setúbal'. O topónimo já existe em 'Cetóbriga' (Cetoba ou Cetobra + designação celta briga para povoação). A exemplo de outras cidades ibéricas e do sul da Europa, o topónimo 'Setúbal' pode estar relacionado com o topónimo do rio que banha a povoação, referido pelo geógrafo árabe Edrisi (Muhammad Al-Idrisi), como denominar-se Xetubre (sendo esta a tese do Prof. José Hermano Saraiva). É da autoria do historiador da época filipina Frei Bernardo de Brito a tese que uma das personagens de Bíblia, Tubal neto de Noé, e também o nome com que aí vem referida uma das nações estrangeiras, identificada na História dos Hebreus de Flávio Josefo com os iberos, teria dado origem à cidade. Seja como for, o topónimo ‘Setúbal’ e a cidade perdem-se no rasto dos tempos.Setúbal nasceu do rio e do mar. Os registos de ocupação humana no território do concelho remontam à pré-história, tendo sido recolhidos, em vários locais, numerosos vestígios desde o Neolítico. Foi visitada por fenícios, gregos e cartagineses, que vinham à Ibéria em procura do sal e do estanho, nomeadamente a Alcácer do Sal, sendo então o rio navegável até esta povoação. Aquando da ocupação romana, Setúbal experimentou um enorme desenvolvimento. Os romanos instalaram na povoação fábricas de salga de peixe e fornos para cerâmica que desenvolveram igualmente. A queda do império romano, as invasões bárbaras, a constante pirataria de cabotagem causaram uma estagnação, senão mesmo desaparecimento da povoação entre os séculos VI e XII. Nomeadamente neste último século, não existem quaisquer registos da povoação, ‘entalada’ entre a Palmela cristã e a Alcácer do Sal árabe.Alcácer do Sal foi conquistada pelos cristãos em 1217, tendo a povoação de Setúbal sido incorporada e passado a beneficiar da protecção da Ordem de Santiago, momento a partir do qual voltou a prosperar. Em Março de 1249, Setúbal recebeu foral, concedido pela Ordem de Santiago, senhora desta região, e subscrito por D. Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago, e por Gonçalo Peres, comendador de Mértola. Durante os vários séculos de apagamento da povoação de Setúbal, Palmela e Alcácer do Sal cresceram em habitantes e importância militar, económica e geográfica, fazendo sucessivas incursões no termo de Setúbal, ocupando-o. Na primeira metade do séc. XIV a povoação de Setúbal, com uma extensão territorial relativamente diminuta, teve de afirmar-se, lutando com os concelhos vizinhos de Palmela e de Alcácer do Sal, já então constituídos, iniciando-se uma contenda entre vizinhos que termina pelo acordo de demarcação de termo próprio em 1343 (reinado de D. Afonso IV), tendo sido construída uma rede de muralhas, que deixam de fora os arrabaldes do Troino e Palhais (bairos antigos). No século que se seguiu, a realeza e a nobreza de então fixaram residência sazonal em Setúbal. A época dos descobrimentos e conquistas em África trouxe a Setúbal um grande desenvolvimento, tendo D. Afonso V e o seu exército, em 1458, partido do porto de Setúbal à conquista de Alcácer Ceguer. Ao longo do século XV, a vila desenvolveu diversas actividades económicas, ligadas sobretudo à indústria naval e ao comércio marítimo, tirando rendimentos elevados com os direitos cobrados pela entrada no porto. É dos finais do século XV, princípios do sec. XVI, período de franco desenvolvimento nacional, que data a construção do Convento de Jesus e da sua Igreja, fundado por Dª. Justa Rodrigues Pereira para albergar a Ordem franciscana feminina de Santa Clara, sendo, muito provavelmente, obra arquitectónica do Mestre Diogo Boitaca, o mesmo que se ocupou do Mosteiro dos Jerónimos. É igualmente no reinado de D. João II (que tinha Setúbal como cidade predilecta) que se iniciou a construção da Praça do Sapal (hoje Praça de Bocage, ex-líbris da cidade), e a construção de um aqueduto, em 1487, que conduzia a água à vila, obras que foram posteriormente terminadas ou ampliadas por D. Manuel I. Este monarca reformou o foral da vila, em 1514, devido ao progresso e aumento demográfico que Setúbal registara ao longo do último século. O título de "notável villa" é concedido, em 1525, por D. João III. Foi este título que proporcionou a criação, em 1553, por carta do arcebispo de Lisboa, D. Fernando, de duas novas freguesias, a de São Sebastião e a da Anunciada, que se juntaram às já existentes de São Julião e de Santa Maria. Em 1580, a vila tomou posição por D. António Prior do Crato, contra a eventual ocupação do trono português por Filipe II de Espanha. Foi então cercada por tropas espanholas do Duque de Alba, sendo esta localidade dois anos depois visitada por Filipe II, o qual deu ordem de construção do Forte de São Filipe (uma obra de Filippo Terzi).No séc. XVII, Setúbal atingiu o seu auge de prosperidade quando o sal assumiu um papel preponderante como moeda de troca e retribuição da ajuda militar ao apoio fornecido pelos estados europeus a Portugal durante e após as guerras da Restauração da Independência. Em resposta a este incremento, foram construídas após 1640 as novas muralhas de Setúbal, que incluíram novas áreas como a do Troino e Palhais. Esta prosperidade foi interrompida com o terramoto de 1755, a que se associaram a fúria do mar e do fogo. Foram grandemente afectadas as freguesias de São Julião e Anunciada. Apenas no Século XIX, Setúbal conheceu o incremento que perdera. Em 1860 chegou o caminho-de-ferro, iniciaram-se também as obras de aterro sobre o rio e a construção da Avenida Luísa Todi. É neste século que teve início a laboração das primeiras fábricas de conservas de sardinha em azeite e, em paralelo, ganharam fama as laranjas e o moscatel de Setúbal. Ainda em 19 de Abril de 1860 foi elevada a cidade por D. Pedro V. O florescimento de Setúbal durante o século XX, reflecte-se na criação de novos espaços urbanísticos: crescimento da Avenida Luísa Todi, parte da Avenida dos Combatentes e criação dos Bairros Salgado, Monarquina, de São Nicolau, da Conceição, Carmona, do Liceu e Montalvão e no desenvolvimento das indústrias das conservas, dos adubos, dos cimentos, da pasta de papel, naval e metalomecânica pesada. Setúbal foi elevada, em 1926, a sede de distrito e, em 1975, a sede de diocese.
Nesta cidade nasceram pessoas ilustres como José Mourinho e Barbosa du Bocage.
Nesta cidade nasceram pessoas ilustres como José Mourinho e Barbosa du Bocage.
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