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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sintra, A vila que não quer ser cidade

Os mais antigos testemunhos de ocupação humana localizam-se num cume da vertente Norte da Serra de Sintra. Trata-se da ocupação epipaleolítica da Penha Verde, comprovada por abundantes utensílios de tipo microlaminar.Ao tempo do Império Romano toda a região de Sintra se inscreveu no vasto territorium da civitas olisiponense, à qual César cerca de 49 a.C. ou, mais provavelmente, Octaviano cerca de 30 a.C., concedeu o invejável estatuto de Municipium Civium Romanorum. Durante o domínio muçulmano surgem os primeiros textos que referem explicitamente a Vila de Sintra (Xintara ou Shantara em árabe). Sintra é apresentada no século X pelo geógrafo Al-Bacr, fixada por Al-Munim Al-Himiari, como «uma das vilas que dependem de Lisboa no Andaluz, nas proximidades do mar».Ao longo dos séculos XII e XIII, fazendo jus à fertilidade das terras de Sintra, vários conventos e mosteiros, assim como ordens militares, aqui possuem casais, herdades, azenhas, vinhas. Existe no Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Sintra registo de um grande número de doações. Assim, logo em 1157 ou 1158, D. Afonso Henriques doa ao mestre da Ordem do Templo, D. Gualdim Pais várias casas e herdades no termo de Sintra e «casas de morada» nas proximidades do Paço.Durante a crise dinástica de 1383-1385, Sintra tomou o partido de D. Leonor Teles que pelo reino ordenou a proclamação da filha D. Beatriz, casada com D. João I rei de Castela, como rainha de Portugal e de Castela. Ao período dos descobrimentos marítimos ficaram ligados os nomes de alguns naturais de Sintra, como Gonçalo de Sintra, escudeiro da Casa do Infante D. Henrique e que, mandado por este em 1443 como capitão de uma caravela à costa de Africa, explorou a angra a que ficou ligado o seu nome, perto do Rio do Ouro, onde morreu em 1444.Com a morte do Cardeal D. Henrique (1578-1580), Filipe II de Espanha herda o reino de Portugal que permanecerá sob a administração espanhola até 1640. Durante este período de sessenta anos, pode dizer-se que a importância que Sintra tivera durante séculos se “transfere” para Vila Viçosa, a cidade principal da Casa de Bragança, cujos duques, descendentes de D. João I, se consideram os herdeiros do trono português.O terramoto de 1755, causou na Vila de Sintra e no seu termo avultados estragos e numerosos mortos. É nesta segunda metade do século XVIII que decorrem, no Paço da Vila, obras de restauro.No terceiro quartel do século XVIII e praticamente todo o século XIX o espírito romântico dos viajantes estrangeiros e da aristocracia portuguesa redescobrem a magia de Sintra e dos seus lugares, mas sobretudo o exotismo da sua paisagem e do seu clima.

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