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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Não existem contactos para recorrer a ajuda europeia

A poucas horas de os ministros das Finanças da zona euro se reunirem em Bruxelas para debater a questão irlandesa, Teixeira dos Santos fez questão de frisar hoje que não existem contactos com as autoridades de Bruxelas para Portugal recorrer à ajuda financeira europeia. Uma declaração taxativa feita pelo ministro das Finanças em que refere que não existe «nenhum contacto com as autoridades em Bruxelas, nem formal nem informal, tendo em vista o recurso à ajuda europeia» e que coloca a questão da sobrevivência do euro na situação delicada da Irlanda. Aliás, também hoje, o porta-voz do comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários garantiu que Portugal não pediu ajuda para suportar o aumento dos juros dívida, sublinhando que é «pura especulação» tudo o que se está a passar, incluindo a possível activação do Fundo de Estabilização Financeira por parte da Irlanda. Teixeira dos Santos afirmou que, apesar da situação da Irlanda ter «um risco de contágio» e que não pode ser ignorada, a aposta de Portugal «é continuar a financiar-se no mercado», até porque a taxa média da dívida pública portuguesa «está em 3,6 por cento». O presidente do Ecofin, Jean-Claude Junker fez hoje questão de frisar as diferenças entre o sector bancário português e irlandês, numa entrevista à Bloomberg, garantindo que a Irlanda não pediu ajuda financeira à União Europeia.«Existem enormes diferenças» entre Portugal e a Irlanda, acrescentando que «o sector bancário português não enfrenta os mesmos problemas do irlandês». A Irlanda, que tem sido pressionada pelos seus parceiros para aceitar os fundos financeiros europeus, tem negado qualquer tipo de intervenção, com o governo irlandês a defender-se afirmando que o país não necessita de qualquer financiamento até Junho próximo. O ministro irlandês da Economia, Batt O'Keefe, citado pelo Financial Times, afirmou que a Irlanda «tem de demonstrar claramente que não está sozinha e que está determinada a sair das dificuldades financeiras actuais». O governo alemão, através de fontes oficiais citadas pelo FT, negou «categoricamente» qualquer tipo de pressão junto dos irlandeses depois de no fim de semana terem surgido várias notícias na imprensa europeia afirmando que os parceiros europeus estariam a pedir ao governo irlandês que acionasse o mecanismo de ajuda junto do Banco Central Europeu (BCE) de forma a que a banca irlandesa acabasse com os problemas de liquidez. Já hoje, o vice-presidente do BCE Vítor Constâncio disse que a Irlanda poderia aceder ao fundo de emergência da União Europeia para resgatar os seus bancos. «Os problemas do sector bancário irlandês não são apenas de liquidez, mas também, em alguns casos, problemas de capital», disse Constâncio em Viena. A reunião dos ministros das Finanças da zona euro, a realizar na terça-feira, será um marco importante para uma decisão sobre o que fazer à Irlanda. Fontes de Bruxelas afirmaram que, dessa reunião, é de esperar uma mensagem de «apaziguamento» e de «unidade» para tentar acalmar o nervosismo dos mercados financeiros.

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